Outra Vez!

Outra Vez!
Não chores porque acabou... sorri porque aconteceu!

sábado, 22 de agosto de 2009

Co(r)po vazio

No piano,
As teclas choram!
Consegue ver-se, ao ouvi-las…

Ao senti-las,
Os dedos choram!
Todos os dias do ano…

E a voz,
Chora o amor!
O seu, o de toda a gente…

Para o ouvido de quem sente,
Canta a dor!
De um de nós…

E na varanda o cigarro,
Consegue imaginar no vento!
E um co(r)po engole a saudade…

E noutro co(r)po a vontade,
Consegue o que eu não tento!
Vê-la chegar de carro…

Ergo os braços, apesar,
De há tanto os ter erguido!
Troco o co(r)po por um cheio…

Afinal ela não veio,
Ao abraço prometido!
Não tenho quem abraçar…

Das mãos, o co(r)po, me fugiu,
Esmigalhou-se no chão!
Faltou-me na hora o juízo…

Mas não pode haver prejuízo,
Com migalhas do coração!
O co(r)po?! – estava vazio…

2 comentários:

Nirvana disse...

Palavras certas não tenho. É difícil comentar poemas assim... apenas...lindo!

O co(r)po vazio pode não ser assim tão mau. Às vezes é preciso esvaziar o copo, para poder deixá-lo "respirar", para poder encher novamente. O vazio não tem de ser tão mau... às vezes até é bom. Estou a tentar esvaziar o meu copo, está a ser lento, gota a gota, e de vez em quando, não sei como, as gotas desafiam a gravidade e voltam para o copo, para cairem novamente. Mas decididamente não vou deixar o copo esmigalhar-se.

Beijinho, Gemini

Gemini disse...

Olá Nirvana.

Percebeste bem o "poema"!

Quanto ao "apenas... lindo!"

A beleza não está apenas no "objecto" observado, mas muito nos olhos de quem observa!

Obrigado. Um beijinho.